Novos alunos, novas exigências

Observa-se, não de hoje, um aumento significativo da presença dos meios de comunicação no cotidiano das pessoas. O surgimento de novas tecnologias abre espaço para possibilidades inéditas de comunicação e informação. Os nascidos nas décadas de 80 e 90 compõem a geração conhecida como “digital”, ou “geração y”, marcada pela íntima  – e quase umbilical –  relação com aparatos tecnológicos. Os jovens da geração Y (da qual faço parte) não conhecem o mundo sem a mediação tecnológica e estão, permanentemente, em contato com mensagens disseminadas na televisão, jornais, revistas, internet.

Essa dinâmica gera novas condutas e comportamentos. Os jovens hoje são ágeis e extremamente informados. Isso interfere também no comportamento em sala de aula. A escola deixa de ser o centro de propagação de saberes, e os mais variados espaços – desde videogames até jornais e revistas – passam a atuar como educadores informais, tornando-se importantes referências na vida desses alunos.

Nesse momento surge um desafio para o professor: como tornar o aprendizado em sala de aula um momento prazeroso, capaz de envolver o estudante? Eis que surge a figura do Educomunicador. Segundo Ismar Soares, coordenador-geral do Núcleo de Comunicação e Educação da USP, trata-se de “uma profissão do século XXI”.  Esse profissional deve, entre outros desafios, tentar integrar o currículo cultural (formado por mensagens essencialmente midiáticas) ao currículo tradicional adotado pela escola. Deve, portanto, desenvolver uma nova didática, considerando que o uso de tecnologias e de linguagens comuns ao dia a dia dos jovens é fundamental para que se tenha um ambiente motivador, que instigue a curiosidade do aluno, tornando-o não apenas um receptor, mas também um produtor de mensagens, fazendo com que ele sinta-se representado e autônomo para atuar em sociedade.

A quem possa interessar, a ECA-USP lançou, em fevereiro deste ano, graduação em Educomunicação.

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